LA SOCIETÀ ~ La Sociedad ~ Sociedade ~ The Society ~ Geseska ~ La Società ~ Sobyetakuza

Capítulos

01. A Ilha

02. Lutando no Escuro

03. Um Súbito Interesse

04. No Escritório da Wappen

05. A Rosa Escarlate

06. O Princípio de Uma Porfia

07. Um Jeito Diferente de Viajar

08. Chez Agnus

09. A Invasão

10. É Verdade Mesmo, Dousha?

11. O Templo

12. Miu, Onde Você Está?

13. Tomoe Yukishiro

14. A Desajeitada

15. Um Dia Calmo... Até Demais

16. Fúria de um Olhar Cativante

17. Uma Nova Descoberta

18. Ameaça Inesperada

19. Agonia de uma Alma Inocente

20. O Acordo

21. A Entrega

22. Ao Encontro de uma Surpresa

23. Chegando na Frente

24. À Toda!

25. E Agora?

26. Por Um Triz...


Importante: Trata-se de uma história inacabada.


Caminhos Úteis

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10 - É verdade mesmo, Dousha?

Ao surdo, porém suficientemente assustador, som do arrombamento, Eleonora acordou. E, demorando-se uns instantes, dirigiu-se até o andar térreo da casa, à sala. Descendo as escadas, encontra Dousha ali, no chão. Suas roupas amarrotadas e suadas indicavam que ela havia travado uma violenta luta contra, certamente, mais de um oponente. Reforçando essa impressão, um pequeno sangramento no canto esquerdo de sua boca, mais outro no canto direito da testa. E estava como que inconsciente. Eleonora, então, foi até ela, se apoiou no chão e chamou em tom baixo a moderado.

-- Dousha! Dousha!

Ela se pôs a escutar os batimentos cardíacos. "Está viva. Ainda bem...", avalia consigo. Então se põe a acordá-la. Para isso, ela usa de uma leve sacudidela da sua cabeça e corpo, repetidas vezes, até vê-la abrindo os olhos. Ela, então, vai voltando a si.

-- On.. onde estou?

-- Aqui em casa de Agnus.

Ela ajudou a Dousha a se levantar.

Já de pé e consciente, ela olhou em volta de si. Da sala, parecia, nada havia sido levado. Ela, então, se volta a olhar outro canto. Assim, percebeu que Agnus estava ali, na sala. Ele era o único da casa que ainda continuava a dormir. É como se, para quem o vê ex historiae (isto é, do lado de fora da história), nada houvesse acontecido. Izumi e Miu haviam acordado quando Eleonora se levantara. Esta dormira juntamente com as duas pequenas crianças naquela cama grande. Verthandi havia dormido no primeiro andar do beliche.

Dousha, então, se põe a acordá-lo.

-- Agnus! Agnus!

Ele, vagarosamente, abre os olhos. A primeira imagem que ele teve foi a do rosto de Dousha, assim como Eleonora a tinha visto ali, no chão. Ele se levanta, boceja e se espereguiça longamente. E senta. Depois...

-- Que foi isso, Dousha? O que houve aqui?

-- Bem... é uma longa história e...

-- Pode contar. Eu não tenho pressa.

Foi o que disse ele, lembrando-se do tempo em que era, no Brasil, um simples auxiliar de escritório; lembrou-se das filas de banco que tinha de enfrentar quase todo dia -- às vezes, até três vezes em um dia --. Lembrou-se das pessoas que diziam: "Quero isto pra ontem!".

Dousha, então, se pôs a contar o que havia ocorrido. E com um detalhamento tal qual só poderia ser comparado ao detalhamento de um contador nos negócios da empresa dele -- bem, nem foi tão detalhado assim, convenhamos --. Ela dramatizava as cenas e falava, com ênfase, do que fizera para deter a ação de três comparsas que buscavam arrebatar a Miu daquela residência. Nem falou da Verthandi. Agnus sorriu. E ela correspondeu. Porém, mal sabia ela que a Verth escutando estava a tudo o que ela dizia. Assim, em leve tom de desaprovação e discordância, disse:

-- Não foi bem assim, Dousha!

-- Verthandi?!

-- Eu mesma. -- olhou ela, seriamente, demonstrando com o seu olhar o mesmo que demonstrara com o seu modo de falar.

Ela, Verthandi, apresentava uma marca de pequeno sangramento na narina direita. Tendo notado nela este detalhe, e também as roupas suadas e amarrotadas pelo calor da luta, Agnus olhou com certa desconfiança para Dousha, que respondeu com um sorriso e olhar, ambos marotos. Ele, então, não conseguiu resistir à tentação de dar uma bela risada daquela situação -- diga-se de passagem, não da invasão em si, mas daquilo que acabara de aconteccer na presença dele --. E, é claro, todas elas riram junto! Bem... até que a Verth fizesse silenciar o riso, dizendo:

-- Gente, agora é sério. Temos que saber quem queria levar a Miu de nós.

-- Bem... -- disse Dousha -- durante a luta, segurei um deles e o obriguei a me dizer quem era o mandante.

-- Ah, muito bem! Agora me diga: quem é O mandante? -- questionou a Verth

-- "A" mandante... é Mieko Noriyuki. -- Dousha respondeu, enfatizando o artigo definido feminino singular com o qual começou esta frase.

Agnus se lembrou desse nome. mas... onde o teria visto? Hummmm....

Bem... Há uns dois anos, haviam três sócios na empresa: Minamino Agnus, Gentle Eduard, e ela. Mieko saiu da Sociedade sem dar motivos. Ela, que era sócia desde o início do empreendimento, há sete anos, apenas decidiu sair. Não quisera dar o seu porque. Mas como nem a lei, nem o Contrato Social obrigava a ela (assim como a nenhum dos outros sócios) a permanecer naquela Sociedade, então saiu. Ambos compraram, em partes iguais, as cotas que a ela pertenciam. E, alterado o Contrato Social e de posse de sua parte em dinheiro, ela então partiu para longe.

-- Ah!

Ele, então, se lembra do quarto que usava como escritório. Ele foi, então, lá em cima, a fim de procurar documentos ou algo que pudesse esclarecer onde ela poderia estar.

-- Aonde vai?

-- Lá em cima. Me lembrei de algo. -- disse ele, já sumindo da vista delas enquanto subia a escada.

-- Deve ser algo que ele deva ter lá em cima. Algo que tenha a ver com esse nome. -- disse Eleonora.

Ele foi até o seu quarto. Numa das gavetas havia um compartimento secreto onde ele guardava a chave do escritório. Ele pegou a chave, foi até a porta deste e abriu. Ele foi direto ao armário de arquivos. Ele os abriu, foi procurando pasta por pasta algo que tivesse aquele nome ... "Noriyuki Mieko", repetia ele este nome em sua mente a fim de não o esquecer.

Numa das pastas ele encontrou uma cópia antiga do Contrato Social da empresa. Essa cópia era de alguns anos atrás, quando ela era sócia. Ele o leu nesta parte:

-- Deixe eu ver, mmm... Minamino Agnus. Ah! Esse sou eu, he.. ammm... Gentle Eduard. Esse é meu grande camarada, ammm... e... A-HA! Noriyuki Mieko. Aqui está. Deve haver algum documento dela aqui, deixe-me ver...

Ele partiu para outra gaveta. Nela, as pastas de documentos pessoais. Havia pastas com alguns dos documentos dele mesmo. Cópias de documentos dos seus pais, de sua irmã, e da Verthandi também estavam lá. Enfim, encontrou uma pasta com esse nome, Noriyuki Mieko, escrito na sua etiqueta. Ele a abriu. E lá estavam as cópias autenticadas de uma conta de luz, outra de água, uma de telefone, de gás... e também havia cópias autenticadas da certidão de nascimento, e também da de óbito... "De óbito?", olhou Agnus com surpresa. "Se ela morreu, como ela pode ter..." ... , suspirou.

Nisto, Dousha entra naquele escritório e o vê segurando aquele documento.

-- Deixe-me ver...

Ele lhe pôs aquele papel, segurando-o pelos dois lados diante de seus olhinhos castanhos. Ela chegou a sua mão naquele mesmo papel. Assim, ela o sentiu -- a cópia do documento -- com as mãos. Leu alguma coisa dele e...

-- Ahn!? ... Ela está...

-- Pelo que este documento diz...

"Então... ", ela pensou, "... se ela está realmente morta, quem é que estará usando o nome dela? E... e se ela não estiver... realmente... ??"

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O sol desponta diante de uma praia deserta, em algum lugar do litoral leste do Japão. À luz do amanhecer que era vermelho como o pôr-do-sol no Mar da Galiléia ou como o pôr-do-sol na praia de Ipanema, as águas reluziam. E a praia, juntamente com ela. Apesar de toda a exuberância da Natureza em confeccionar um amanhecer diferente e cada vez mais interessante, dia após dia, naquela praia, uma presença se destaca. Uma mulher. Essa mulher vestia um kimono -- um traje típico, bem como tradicional, de uma gueixa --, confeccionado com a mais cara seda. Este tecido era branco, estampado com flores vermelhas, especialmente rosas. Cabelos lisos, negros, presos em um coque típico de uma gueixa. E, presa no lado esquerdo de sua cabeça, apoiada na sua orelha, uma rosa, na cor escarlate.

O mais incrível é que essa rosa nunca murchara. Parecia viver ela do seu ki. Ou poderia ser que vivesse da aura que emanava. Ou, talvez, do orvalho de sua respiração. Sei lá...

11:30 - 03/11/2012


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Por que a vida tem que ser assim?

É, é assim que a gente vai... vai indo, indo... e o que virá? Onde é que a gente vai parar desse jeito? Digo, tou me referindo a que a gente, sobretudo Verthandi e eu, procurando a Miu... é, cada dificuldade que aparece diante da gente...

Por falar na Miu... não sei porque eles a querem. Será que é de encomenda para algum casal que não conseguiu algum pelos meios naturais ou legais, e aí acabam por recorrer a uma coisa tão injusta, tão cruel como tentar comprar um filho, ahhh... Será que não podem ver que criança também sente? Será que eles não podem ver o quanto alguma dessas sofre?

Ah! Sei, eu sei que tem gente assim nesse mundo. É claro, nesse mundo tem todo tipo de gente, né? Mas... ora, deviam fazer algo contra isso, né? Será que não sabem que isso está acontecendo? Será que sabem e preferem fingir que isso não existe? Ou será que não querem acabar com isso? Acho que sim. Pelo menos acho que deve ser isso... afinal, eles devem estar até metidos nisso -- não sei o quanto -- mas eles estão. Esse jogo de interesses... um jogo sujo, é claro.

Ah! Quem me dera... mas não posso. Nem a Verthandi, nem eu, nem nós juntas podemos. Infelizmente.

Dousha Asahara


É verdade.

Infelizmente. O que a Dousha disse antes é a pura verdade. Infelizmente. É algo que acontece, a gente queira ou não. Isso me revolta. Quando penso nisso, fico chateada. Como é que pode?

E, como ela mesma disse, a gente nem pode acabar com isso. É muita coisa! É muita gente envolvida nisso, nesse tipo de crueldade que fazem com as crianças. Mesmo que a gente quisesse... não dá, não dá, NÃO DÁ MESMO.

O que tem que ser feito? Muita coisa. A começar pelos pais, ou por aqueles que são por eles responsáveis. Eles deveriam ter mais cuidado com o que é deles, da responsabilidade deles. E o que tem que ser mudado? Muita coisa. E quanto a esses que fazem isso... esse tipo de... argh! Isso me dá raiva só de não ter nome... Bem, eles deveriam (ou melhor, DEVEM) ser punidos sim, isso não se faz, ainda mais com uma inocente criatura!

É aí que pergunto: onde está a lei quando a gente mais precisa dela, HEIN!?

Verthandi Minamino


Ah! Como eu te amo...
Dousha Asahara

Naquele dia
Eu te vi pela primeira vez
Daquele dia jamais esquecerei

E no embalo da canção eu vou assim
E sob a luz do teu olhar andando, enfim...

Eu te amo
Nada me fará te esquecer
Esse sonho lindo que a Vida me deu
Esse sonho lindo que é o teu olhar
Esse sonho lindo que é você pra mim
Esse sonho lindo que é te abraçar...

Nossa vida, assim espero,
Só nós dois e ninguém mais
Só nós dois,
E um ao outro se entrega
Sem limites, eu me entrego a você
Sem limites, se entregará a mim

E quando a gente se abraça...
E quando a gente se entrega...
Além da imaginação
Além do sonho e da poesia
Além de toda emoção...

É sem limites que eu me entrego a você
É sem limites que se entregará a mim
E hoje mesmo, a você me entregarei
E hoje mesmo, você se entregará a mim

Assim...